Criança sorrindo enquanto mede sua altura em uma régua de crescimento desenhada na parede, ilustrando o processo de crescimento infantil, que pode ser acompanhado por dores de crescimento

As dores de crescimento existem mesmo?

Dores de crescimento são comuns na infância e podem causar desconforto, especialmente à noite, sem que haja sinais de inflamação ou lesão. Apesar de benignas, essas dores despertam dúvidas e preocupações em pais e cuidadores.

Neste artigo, você vai entender o que causa as dores de crescimento, quais são seus principais sintomas, como diferenciá-las de condições mais graves e quais estratégias podem aliviar ou prevenir os episódios dolorosos.

O que são as dores de crescimento?

São desconfortos musculoesqueléticos intermitentes que ocorrem em crianças e pré-adolescentes. As dores de crescimento manifestam-se como desconforto profundo nos músculos das pernas e, eventualmente, nas costas, sem sinais de inflamação ou lesão aguda. 

Geralmente, essas dores surgem após dias de intensa atividade física, coincidindo com períodos em que a criança apresenta saltos de estatura. 

Além disso, embora o termo sugira relação direta com o crescimento ósseo, estudos apontam que fatores como fadiga muscular e elevação da sensibilidade à dor têm papel mais determinante. 

Assim, apesar da falta de alterações laboratoriais, a sensação dolorosa é genuína e requer atenção dos cuidadores para conforto e segurança do pequeno.

Definição clínica das dores de crescimento

A definição baseia-se na ocorrência bilateral de dor, sem sinais inflamatórios, em crianças de 3 a 12 anos. Em geral, as dores de crescimento nas pernas afetam a região anterior da coxa, panturrilhas e atrás dos joelhos, caracterizando-se por episódios noturnos que podem despertar a criança do sono. 

Clínicos destacam que essas queixas não acompanham vermelhidão, edema ou calor local, nem comprometem a amplitude de movimento. Desse modo, o diagnóstico é clínico, fundamentado em histórico detalhado e exclusão de causas mais graves.

Faixa etária mais afetada

Crianças entre 3 e 12 anos são as mais suscetíveis às dores de crescimento. Durante essa faixa etária, tanto meninos quanto meninas podem apresentar quadros de dor intermitente, sobretudo em fases de pico de crescimento, por volta de 4 a 6 anos e 8 a 12 anos. 

Embora raras, queixas em adultos jovens, chamadas de dores de crescimento aos 20 anos, geralmente remontam a atividades físicas extenuantes ou condições articulares subjacentes, não ao crescimento propriamente dito.

As dores de crescimento existem mesmo?

São reconhecidas pela comunidade médica, ainda que os mecanismos exatos não sejam totalmente compreendidos. Diversos estudos de revisão confirmam que até 30% das crianças experienciam desconforto típico das dores de crescimento, descrevendo sensações de queimação ou câimbra em ambas as pernas. 

Pesquisas indicam que essas dores surgem principalmente no período noturno, podendo durar de minutos a algumas horas, e desaparecem com massagem leve ou calor local. 

Embora a comunidade científica discuta a nomenclatura, não há dúvidas quanto à existência do sintoma e à necessidade de manejo adequado para melhorar a qualidade de vida infantil.

Evidências científicas e estudos recentes

Estudos longitudinais demonstram que a prevalência das dores de crescimento atinge até 30% em crianças. Pesquisas realizadas em clínicas pediátricas mostraram que a ausência de anormalidades em exames de imagem e laboratórios reforça a natureza benigna do quadro. 

Além disso, evidências biomecânicas sugerem que o crescimento rápido aumenta a tensão nos músculos e na fáscia, contribuindo para episódios dolorosos. 

Portanto, embora ainda haja lacunas sobre o mecanismo exato, o consenso atual valida a condição real das dores de crescimento.

Mitos comuns versus realidade médica

Diferenciar mito de fato ajuda a evitar intervenções desnecessárias e ansiedade nos pais. Muitas crenças populares atribuem as dores de crescimento exclusivamente ao estiramento ósseo, mas a ausência de dor durante o dia e a falta de alterações radiológicas mostram que o osso não é o culpado direto. 

Outro mito é a ideia de que apenas as pernas são afetadas; na verdade, alguns pacientes relatam dores de crescimento nas costas, possivelmente relacionadas à postura ou fadiga muscular. 

Compreender esses pontos permite que cuidadores ofereçam suporte adequado, sem superestimar o risco de complicações.

Quais são as causas das dores de crescimento?

Fatores como fadiga muscular, alta atividade física e alterações biomecânicas disparam as crises de dor. Embora o crescimento ósseo ocorra continuamente, a dor não é resultado direta desse processo. 

Pesquisadores apontam que atividades repetitivas e prolongadas levam ao acúmulo de microlesões musculares, aumentando a sensibilidade nociceptiva. 

Esse quadro é exacerbado por alterações na marcha e na postura durante períodos de crescimento rápido. 

Portanto, entender que as dores de crescimento tem causa multifatorial permite um manejo mais efetivo, unindo repouso, alongamentos e suporte nutricional.

Fatores associados: fadiga e atividades de impacto

Esportes de salto e corridas longas predispõem crianças a episódios mais frequentes de dor. Quando crianças dedicam-se intensamente a atividades que exigem resistência e força nas pernas, como futebol e atletismo, o risco de microlesões musculares aumenta. 

Esse acúmulo de microtraumas gera inflamação subclínica e maior sensibilidade à dor, especialmente à noite, quando o corpo relaxa e o limiar de dor diminui.

Por que o crescimento ósseo não é o gatilho direto

O crescimento ósseo é gradual e não costuma causar dor isolada sem envolvimento muscular. As placas de crescimento (físes) produzem cartilagem que se mineraliza, mas esse processo raramente gera desconforto direto. 

Em vez disso, a tensão das estruturas musculoesqueléticas ao redor dos ossos em expansão é que leva ao sintoma. Reconhecer essa diferença impede diagnósticos equivocados e tratamentos desnecessários com anti-inflamatórios.

Quais os sintomas das dores de crescimento?

Os sintomas incluem dor bilateral nas pernas, normalmente intensa à noite, sem sinais inflamatórios. Crianças descrevem formigamento, queimação ou câimbra nos músculos das coxas, panturrilhas e atrás dos joelhos. 

Esses episódios podem ocorrer várias vezes por semana, durar de poucos minutos a horas e desaparecer com repouso ou massagem. 

Ainda que raros, relatos de dores de crescimento nas costas indicam que a condição pode afetar outros grupos musculares, sobretudo se houver postura inadequada ou carregamento de mochilas pesadas.

Localização frequente nas pernas e nas costas

A dor costuma se concentrar na região anterior da coxa e nas panturrilhas, mas pode irradiar para as costas e é um dos sintomas de dores de crescimento.

Conforme a criança cresce, mudanças na curvatura da coluna e no alinhamento pélvico podem refletir tensões musculares que irradiam para a região lombar. 

Portanto, profissionais recomendam avaliar postura e atividades diárias para identificar possíveis contribuidores de dor nas costas, sem confundir com dores de crescimento puras.

Padrão de dor noturna e bilateral

A intensidade aumenta ao longo do dia de atividades e atinge pico à noite, afetando ambos os lados simetricamente.

Esse padrão é característico e ajuda a diferenciar de outras condições musculoesqueléticas que costumam ser unilaterais ou acompanhadas de rigidez matinal. 

Além disso, o fato de a dor surgir em ambos membros reforça a hipótese de sensibilidade aumentada, em vez de lesão localizada.

Dores de crescimento aos 20 anos: é possível?

Não no sentido clássico; dores em adultos jovens geralmente refletem outras causas musculoesqueléticas. Embora se fale em dores de crescimento aos 20 anos, nessas idades o crescimento ósseo já cessou. 

Queixas similares, porém, podem resultar de desequilíbrios musculares, problemas posturais ou condições como síndrome da dor miofascial. 

Desse modo, é fundamental investigar o histórico de atividades, exames de imagem e fatores de risco antes de atribuir a dor ao crescimento.

Causas de dor musculoesquelética em adultos jovens

Fatores como sedentarismo, postura incorreta e exercícios sem supervisão podem gerar desconforto crônico. 

Especialistas alertam que movimento inadequado em academias, longas horas sentado e uso de calçados inadequados promovem sobrecarga em grupos musculares e articulações. 

Esses desequilíbrios se manifestam como dor difusa, muitas vezes confundida com a sensação de “crescer”, mas que exige abordagem fisioterapêutica ou ortopédica.

Quando buscar avaliação médica especializada

Procure um especialista se a dor vier acompanhada de inchaço, febre em crianças, perda de peso ou limitação funcional.

Tais sinais podem indicar artrite, infecções ou tumores ósseos, condições que requerem diagnóstico e tratamento precoce. Em caso de dúvida, o pediatra ou ortopedista pediátrico solicita exames de imagem ou laboratoriais para excluir causas graves.

Criança praticando alongamento com a orientação de um adulto, focando na postura e alongamento da coluna. O exercício pode ser útil para aliviar dores de crescimento comuns em crianças em fase de desenvolvimento.
Alongamentos diários mantêm a flexibilidade e evitam acúmulo de tensão muscular

Como aliviar as dores de crescimento?

Alívio envolve combinação de massagens, alongamentos, calor local e, quando necessário, analgésicos leves. 

Cuidados caseiros simples costumam oferecer conforto significativo. Massagens suaves com movimentos circulares relaxam a musculatura, enquanto compressas mornas aumentam a circulação e aliviam a tensão. 

Alongamentos diários ajudam a manter o tônus muscular e prevenir novas crises. Em alguns casos, o pediatra pode recomendar uso ocasional de paracetamol ou ibuprofeno, sempre respeitando dosagem e intervalos seguros.

Tratamentos caseiros e fisioterapia

Exercícios de alongamento e técnicas de liberação miofascial reduzem a frequência das crises. Um protocolo recomendado inclui alongar quadríceps, panturrilhas e músculos posteriores da coxa antes de dormir, mantendo cada posição por 20 segundos. 

Sessões de fisioterapia, quando indicadas, podem ensinar exercícios de fortalecimento que equilibram a musculatura e diminuem a sobrecarga.

Orientações médicas e uso de analgésicos

Uso moderado de analgésicos auxilia no controle da dor sem mascarar sintomas importantes. O paracetamol é indicado para dores leves, enquanto o ibuprofeno pode ser utilizado em casos de desconforto moderado, sempre sob supervisão médica. 

É crucial evitar uso prolongado para não impactar o fígado ou o sistema digestivo da criança.

Quando as dores podem indicar algo mais grave?

Paineis dolorosos acompanhados de sinais sistêmicos exigem investigação imediata. Se a dor vier com febre, inchaço, vermelhidão ou causar claudicação, é sinal de que pode haver artrite, osteomielite ou lesões traumáticas. 

Nestes casos, o pediatra solicitará exames de sangue e imagem para definir o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado sem demora.

Sinais de alerta: febre, inchaço e limitação de movimento

Esses sintomas não pertencem ao quadro de dores de crescimento e sugerem processos inflamatórios reais. 

Uma articulação quente, dolorosa e com redução de movimento nunca deve ser atribuída a crescimento; nela, o risco de complicações é maior e o tratamento imediato pode evitar sequelas.

Condições que simulam dores de crescimento

Artrite idiopática juvenil, osteomielite e tumores ósseos podem imitar dores de crescimento.

Por isso, a presença de sinais de alerta justifica avaliação especializada, garantindo que doenças sérias não sejam negligenciadas sob o manto de “dores comuns”.

Quais os fatores de risco e prevenção?

Práticas como alongamento regular, alimentação equilibrada e hidratação adequada reduzem crises de dor.

Estudos mostram que crianças que realizam exercícios de baixo impacto, como natação e ciclismo, têm menor incidência de dores musculares noturnas. 

Além disso, o consumo adequado de vitaminas D e cálcio fortalece ossos e músculos, complementando a estratégia preventiva.

Importância de alongamentos e exercícios de baixo impacto

Alongamentos diários mantêm a flexibilidade e evitam acúmulo de tensão muscular. Incluir sessões de ioga infantil ou brincadeiras que envolvam movimentos amplos ajuda a distribuir melhor as forças pelo corpo, prevenindo microlesões e aumentando a resistência.

Papel da nutrição e hidratação na saúde óssea

Vitaminas e minerais essenciais mantêm o metabolismo ósseo e muscular equilibrado. Alimentos ricos em cálcio, como laticínios, e em vitamina D, como peixes gordurosos, apoiam o crescimento saudável dos ossos. 

A ingestão regular de água assegura a nutrição das células musculares, reduzindo o risco de câimbras.

O que mais saber sobre dores de crescimento?

A seguir, confira as principais dúvidas sobre o assunto.

As dores de crescimento podem despertar à noite?

A maioria das crises ocorre no período noturno, quando o corpo relaxa e o limiar de dor diminui.

Qual a duração típica de um episódio de dor?

Normalmente dura de alguns minutos a horas, com melhora espontânea pela manhã ou após alongamentos.

Crianças ativas têm mais risco?

Atividades de alto impacto aumentam a chance de microlesões musculares e crises de dor.

Como diferenciar dor de crescimento de lesão?

A dor de crescimento não apresenta inchaço, vermelhidão ou limitação persistente de movimento.

Exercícios físicos pioram ou melhoram a dor?

Atividades leves e alongamentos tendem a melhorar o quadro, enquanto exercícios extenuantes podem piorar os sintomas.

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