Menina com expressão de medo ou ansiedade, escondida parcialmente atrás de uma porta entreaberta, olhando para fora com apreensão. Ela veste uma camisa jeans e parece estar em um ambiente interno com pouca iluminação, simbolizando fobia social ou timidez intensa na infância.

Como ajudar crianças com fobia social?

A fobia social, também chamada de transtorno de ansiedade social, é o medo intenso de ser avaliado ou humilhado em situações sociais. Portanto, mesmo tarefas cotidianas podem gerar angústia extrema e isolamento. 

Neste guia, você encontrará definições, sintomas, causas, bem como, tratamentos e estratégias práticas para apoiar seu filho de forma humanizada e eficaz.

O que é fobia social?

A fobia social é um transtorno de ansiedade caracterizado por medo persistente de situações de interação. Primeiramente, o diagnóstico clínico é feito por psicólogo ou psiquiatra, que avalia o receio de exposição social por, no mínimo, seis meses. 

Entretanto, é essencial diferenciar timidez de fobia social, pois a primeira é desconforto leve, enquanto a segunda incapacita a criança na escola e em grupos de convívio.

Aspectos-chave:

  • evitação de apresentações ou brincadeiras em grupo;
  • sinais de pânico, como sudorese e taquicardia;
  • impacto no rendimento acadêmico, bem como, nas amizades.

Diagnóstico clínico

O diagnóstico baseia-se em critérios do DSM-5 e entrevistas estruturadas. Assim:

  • a criança relata medo excessivo;
  • os sintomas ocorrem em contextos variados;
  • há prejuízo significativo no dia a dia.

Diferença entre timidez e fobia social

Enquanto a timidez é passageira, a fobia social gera sofrimento incapacitante.

  • timidez: receio moderado, superado com prática;
  • fobia social: ataque de pânico, evita a maioria das interações.
Criança sentada no chão com aparência triste, abraçando um elefante de pelúcia, em frente a um sofá bege. Menino descalço com a cabeça abaixada e braços envolvendo os joelhos, expressando tristeza ou solidão.
O silêncio fala alto, crianças com fobia social podem se isolar mesmo em ambientes familiares, a atenção e apoio fazem toda a diferença.

Quais são os sintomas de fobia social em crianças?

Os sintomas de fobia social dividem-se em físicos, emocionais e comportamentais. Portanto, para facilitar o entendimento, veja este conjunto de sintomas:

  • sintomas físicos: tremores, sudorese, náusea;
  • sintomas emocionais: culpa, vergonha intensa;
  • sintomas comportamentais: choro, fugas de sala de aula.

Sintomas físicos

Crianças podem apresentar dores de estômago, sudorese e palpitações. Assim, o medo diante de atividades sociais gera reações corporais involuntárias, que muitas vezes são interpretadas como “frescura” por quem não conhece o transtorno.

Sintomas emocionais

O receio de ser julgado causa angústia, sentimento de inadequação e baixa autoestima. Além disso, podem surgir crises de choro antes de eventos sociais e preocupação excessiva com a opinião alheia.

Sintomas comportamentais

Evitação ativa de convites, falta de interação com colegas e isolamento no recreio. Por consequência, o desempenho escolar tende a cair, pois a criança prefere faltar à aula ou não participar de grupos.

Por que surge a fobia social em crianças?

A fobia social envolve fatores genéticos e ambientais. Então, geneticamente, há maior probabilidade quando há histórico familiar de ansiedade. Entretanto, o ambiente escolar e a dinâmica familiar desempenham papel crucial na manifestação do transtorno.

Fatores genéticos

Algumas crianças herdam maior sensibilidade ao medo e à ansiedade. Além disso, variantes genéticas relacionadas à serotonina podem predispor ao desenvolvimento do transtorno.

Influências ambientais

Experiências negativas e críticas constantes podem desencadear a fobia social.

Papel da escola

Na escola é possível que a criança vivencie situações como:

  • professores que expõem a criança ao ridículo;
  • bullying e exclusão social;
  • turmas competitivas que pressionam apresentações.
Menino com expressão séria cercado por várias mãos apontando o dedo para ele, simbolizando situação de bullying escolar. A criança está no centro da imagem, usando uma blusa listrada e casaco laranja, transmitindo sentimentos de julgamento, isolamento e sofrimento emocional.
Bullying não é brincadeira, crianças sofrem caladas sob o peso do julgamento e da exclusão, portanto, é hora de ouvir e agir.

Tratamento para fobia social funciona?

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a abordagem mais eficaz. Em geral, a TCC ensina técnicas de enfrentamento, reestruturação de pensamentos e exposições gradativas a situações temidas.

Terapia cognitivo-comportamental

A TCC trabalha com crenças disfuncionais e habituais de evitação.

  • identificação de pensamentos automáticos negativos;
  • treino de habilidades sociais em ambiente seguro;
  • exposições progressivas, do menos ao mais desafiador.

Medicamentos (ISRSs)

Em casos moderados a graves, podem ser indicados inibidores seletivos de recaptação de serotonina. Contudo, qualquer prescrição deve ser feita por psiquiatra infantojuvenil e acompanhada regularmente.

Intervenções escolares

A escola pode adaptar atividades e criar um ambiente acolhedor.

  • professores treinados para reconhecer sinais;
  • grupos de colegas como “amigos-convite”;
  • espaços de descanso para momentos de angústia.

Como apoiar crianças com fobia social no dia a dia?

O apoio familiar e escolar é fundamental para a melhora. Pais, portanto, devem oferecer segurança emocional, reforço positivo e oportunidades de prática gradual de habilidades sociais.

Estratégias para pais

É importante que os pais:

  • valide sentimentos, ouvindo sem julgamento;
  • incentive pequenas metas sociais, como cumprimentar um colega;
  • modele comportamentos sociais saudáveis, convidando amigos em casa.

Atividades de exposição gradual

Expor a criança, gradualmente, ao medo social diminui a ansiedade com o tempo.

Exercícios de role-play

Alguns deles são:

  • simule situações de interação em casa;
  • use bonecos ou jogos de tabu para praticar diálogos;
  • reforce conquistas, elogiando o esforço.

A fobia social tem cura?

Com tratamento adequado, a maioria das crianças supera os sintomas. Assim, o prognóstico é positivo quando há intervenção precoce, apoio contínuo e adesão ao plano terapêutico.

Prognóstico a longo prazo

Crianças que passam pela TCC e recebem suporte familiar retomam atividades sem sofrimento intenso. Entretanto, a manutenção das habilidades aprendidas evita recaídas.

Prevenção de recaídas

Portanto, para evitar recaídas é importante que:

  • continue práticas de enfrentamento;
  • mantenha acompanhamento psicológico, mesmo após melhora;
  • reforce, periodicamente, autoafirmações e autocontrole em situações novas.

O que mais saber sobre fobia social?

A seguir, confira as principais dúvidas sobre o assunto.

O que causa fobia social em crianças?

Histórico familiar de ansiedade e críticas constantes podem desencadear o transtorno.

Quando procurar ajuda profissional?

Se o medo social persistir por mais de seis meses e prejudicar estudos ou relacionamentos.

Como diferenciar timidez de fobia social?

A fobia gera pânico e evitação, enquanto a timidez causa desconforto leve.

A terapia é obrigatória?

A TCC é recomendada como primeira linha, por sua eficácia comprovada.

Crianças podem se recuperar completamente?

Com intervenção precoce, a maioria supera os sintomas e retoma a vida social.

Quais são os principais sintomas da fobia social em crianças?

Os sintomas podem incluir evitar interações sociais, recusar-se a ir à escola, tremores, suores excessivos, dificuldades de falar em público, irritabilidade, medo de ser observado e um forte desejo de se afastar de situações sociais.

Como os pais podem ajudar uma criança com fobia social?

Os pais podem apoiar a criança criando um ambiente seguro, assim, evitando reforçar o comportamento de evitação e encorajando-a a enfrentar gradualmente situações sociais. A terapia também pode ajudar a criança a aprender a gerenciar a ansiedade.

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