Criança com máscara facial sentada no colo dos pais em uma sala de espera de hospital.

Sintomas de hepatite A em crianças

A hepatite A é uma infecção viral que, em crianças, evolui de forma aguda e autolimitada. 

Em menores de 6 anos, costuma ser oligossintomática, mas pode apresentar sinais como febre em crianças, náuseas e icterícia, que merecem atenção imediata para evitar complicações. Além disso, a vacinação a partir dos 12 meses é a principal estratégia de prevenção.

Quais são os sintomas iniciais de hepatite A em crianças?

Além de entender o que é a hepatite A, você deve conhecer os sintomas iniciais em crianças. Então, eles incluem alterações no bem-estar geral que evoluem em poucos dias para sinais mais claros.

  • febre intermitente, que varia entre manhã e noite e pode durar até duas semanas;
  • icterícia, percebida pela coloração amarelada na pele e nos olhos;
  • fadiga intensa, levando a necessidade frequente de repouso;
  • distúrbios gastrointestinais, como náuseas e perda de apetite.

Por exemplo, Ana, de cinco anos, deixou de brincar e reclamou de dor abdominal leve antes de apresentar coloração amarelada nos olhos, o que despertou preocupação dos pais. 

Esse quadro costuma progredir lentamente, por isso a observação diária faz toda a diferença. Além disso, o histórico de exposição a alimentos fora de casa aumenta a suspeita, exigindo contato rápido com o pediatra.

Icterícia

A icterícia ocorre quando o fígado não consegue processar a bilirrubina acumulada, resultando em tom amarelado na pele e na esclera dos olhos. 

Crianças com pele mais clara exibem essa mudança com maior nitidez, mas em tons de pele mais escuros recomenda-se avaliar as palmas das mãos e a mucosa oral. 

Em geral, a coloração aparece dois a três dias após o início da febre e perdura até a normalização da função hepática, o que pode levar semanas. Por isso, o acompanhamento visual diário é essencial.

Sintomas gastrointestinais

Além da icterícia, o trato digestivo sofre impacto direto, afetando o apetite e o equilíbrio hídrico da criança.

Náuseas e vômitos

Frequentemente, surgem nas fases iniciais da infecção, provocando desconforto e exigindo refeições em pequenas porções ao longo do dia.

Diarreia e dor abdominal

Por sua vez, a diarreia pode levar à rápida desidratação, sendo imprescindível a reposição de líquidos e sais de reidratação oral.

Sintomas gerais

Além dos sinais específicos, é comum observar dores musculares, mal-estar difuso e urina de coloração escura, reflexo do excesso de bilirrubina na corrente sanguínea. 

Esses sintomas gerais ajudam a compor o quadro clínico e orientam o pediatra na solicitação de exames, garantindo diagnóstico preciso e início adequado do manejo.

Menino loiro com expressão séria agachado ao ar livre, com machucado visível no joelho.
Carlos, 8 anos, apresentou apatia, dor abdominal leve e icterícia ocular, levando à preocupação familiar.

Como ocorre a transmissão da hepatite A em crianças?

A transmissão da hepatite A em crianças acontece principalmente pela via fecal-oral, tornando essencial a higiene das mãos.

Via fecal-oral

Assim, partículas virais presentes nas fezes de uma pessoa infectada podem contaminar as mãos, utensílios e superfícies, alcançando a boca de outra criança. A falta de higienização adequada após o uso do banheiro ou troca de fraldas é o principal vetor de contaminação.

Alimentos e água contaminados

Além disso, o consumo de água sem tratamento e de alimentos crus, como saladas ou frutos-do-mar, representa alto risco de infecção. 

Por exemplo, surtos em creches já foram associados a comidas preparadas de forma inadequada sem o devido cozimento ou lavagem.

Qual a importância da vacinação contra hepatite A? 

A vacina para hepatite A oferece proteção duradoura e é essencial para interromper cadeias de transmissão em ambientes coletivos.

  • reduz drasticamente surtos em creches e escolas;
  • contribui para a imunidade de grupo mesmo entre não vacinados;
  • diminui complicações hepáticas graves em pacientes suscetíveis.

Em São Paulo, após a inclusão no calendário infantil, os casos em menores de cinco anos caíram mais de 80% em seis meses, comprovando o impacto positivo da imunização.

Esquema de doses para crianças

O protocolo recomenda a primeira dose aos 12 meses, seguida de reforço entre seis e doze meses depois. Essa sequência garante níveis de anticorpos suficientes para proteger a criança durante toda a infância, principalmente no período de maior convivência em ambientes coletivos.

Efeitos adversos comuns

Reações leves podem ocorrer, como dor local, vermelhidão no local da aplicação e febrícula transitória, mas não chegam a contraindicar o reforço. 

Esses sintomas costumam durar menos de 48 horas e não exigem intervenção médica, servindo apenas como indicação de resposta do organismo à vacina.

Quando buscar atendimento médico?

Procure um profissional de saúde se os sintomas forem intensos, persistirem ou surgirem sinais de complicação, afinal, a hepatite A é grave.

Sinais de alerta

Fique atento aos sinais de alerta, tais quais:

  • desidratação: boca seca, poucas micções e choros sem lágrimas;
  • vômitos contínuos: impedem a ingestão de líquidos, piorando o estado geral;
  • confusão mental ou sonolência excessiva, sugerindo hepatite fulminante em casos raros.

Desidratação

A diminuição do volume urinário em crianças deve ser monitorada de perto, com atenção ao número de fraldas molhadas e à quantidade de líquidos ingeridos, pois a reposição imediata é vital.

Alterações neurológicas 

Em situações atípicas, a elevação das toxinas pode interferir no sistema nervoso, provocando irritabilidade extrema ou dificuldade de concentração, exigindo avaliação hospitalar.

Exames laboratoriais

Após a avaliação clínica, o médico solicita sorologia para anticorpos IgM específicos do vírus da hepatite A e exames de função hepática, confirmando a infecção ativa e orientando o manejo adequado.

Qual o tratamento e cuidados pós-diagnóstico?

O tratamento da hepatite A é de suporte, focado em aliviar sintomas e manter o estado nutricional e hídrico da criança.

Manejo de sintomas

Recomenda-se repouso, administração de antitérmicos leves para controlar a febre e uso de antieméticos sob prescrição médica em casos de náuseas intensas.

Cuidados domiciliares

Indica-se alimentação leve, com caldos nutritivos, purês e frutas ricas em vitaminas, além de ingestão frequente de água ou solução de reidratação oral para prevenir desidratação.

Hepatite A tem cura?

A hepatite A é auto-limitada e, na maioria das crianças, evolui para cura completa em até três meses.

Evolução natural

O fígado se regenera gradualmente, retomando suas funções normais sem deixar sequelas, desde que o manejo tenha sido adequado e não haja complicações.

Seguimento clínico

Por fim, retornos com exames de função hepática em intervalos de 30 a 60 dias garantem que a recuperação esteja completa e ajudam a identificar eventuais alterações tardias, assegurando tranquilidade para a família.

Hepatite A em crianças começa com mal-estar e evolui para febre irregular, icterícia e dor abdominal em poucos dias.
Hepatite A em crianças começa com mal-estar e evolui para febre irregular, icterícia e dor abdominal em poucos dias.

O que mais saber sobre hepatite A em crianças?

A seguir, confira as principais dúvidas sobre o assunto.

Quais são os primeiros sintomas de hepatite A em crianças?

Os sinais iniciais mais comuns são febre baixa, mal-estar geral e icterícia, observada na pele e nos olhos. 

Como se dá a transmissão da hepatite A em crianças?

Ocorre pela via fecal-oral, principalmente via ingestão de água ou alimentos contaminados. 

Qual é o esquema vacinal para hepatite A na infância?

Duas doses: a primeira aos 12 meses e o reforço seis meses depois, conforme PNI. 

A hepatite A em crianças pode levar a complicações graves?

Na maioria dos casos, a evolução é benigna, mas é importante monitorar sinais de desidratação e colestase intensa.

Hepatite A tem cura completa?

É uma doença autolimitada que, com suporte adequado, tem recuperação total da função hepática.

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